San Martin de Los Andes
Patagonia, Sul Argentino
5 de fevereiro de 2023

Oi, tudo bem?

Passando para compartilhar algumas atualizações sobre este caminho que resolvi empreender:

Vim passar um par de semanas no Sul da Argentina. Iludido quem pensa que isso significa um clima de frio, instagrameável. Vim à Neuquén e não imaginava que aqui passaria mais calor que Manaus. Pasmem!

Dois grandes amigos que fiz em Buenos Aires se casam daqui há uns dias e vim para o casamento e para o aniversário do noivo que foi no fim de semana anterior. Assim começaria a vida de Nômade Digital?

Já tinha viajado com o notebook trabalhando antes, mas essa vez não são só alguns dias, mas quase duas semanas. Então resolvi encarar a experiência como um piloto realmente.

Por exemplo, não gostei nada da ideia de ficar num hostel, num quarto compartilhado. Já fiz isso antes, mas dessa vez não conseguia ficar tranquila pensando que poderiam roubar meu computador. Esse medo todo foi se desenvolvendo depois da última vez que roubaram meu celular em Agosto. Estou bem melhor, mas é um processo. A questão é que se o meu notebook desaparece eu to lascada. Então por isso resolvi ficar num apartamento mesmo. O olho da cara. Mas acho que a minha tranquilidade vale isso.

Não esperava que além de quente essa região fosse tão cara. O que é um problema: eu não consigo me concentrar no apartamento então saio para cafés aqui perto e, gente, deixo um rim a cada vez que tomo um café.

Mas algo me diz que eu deveria deixar de vibrar em tanta escassez. Acho que é porque eu lembro de anos atrás, recém chegada a Buenos Aires e ficava olhando as pessoas naqueles cafés lindos e eu sem um peso (literalmente) pra entrar.

Enquanto eu estou aqui em Neuquén, estou aproveitando pra averiguar sobre a documentação para a cidadania Argentina. “Por quê tirar a cidadania Argentina?”, você me pergunta. A questão é que o país tem váaarios acordos diplomáticos com países como Austrália, Nova Zelândia, etc. Como falava no meu post anterior. Austrália é um lugar que estou considerando muitíssimo.

Os meu amigos, esses que se casam, vão se mudar para lá e me deram a ideia de ir e me encontrar com eles. Como brasileira é muito difícil conseguir o visto (Work & Travel) porque são umas 300 vagas por ano. Eu tentei para a Nova Zelândia e não consegui. Então qual é o pulo do gato? Para argentinos há milhares de vagas para os dois países, literalmente.

O processo para eu conseguir a cidadania não é fácil e, segundo averiguei, pode levar de um ano a um ano e meio. Preciso apostilar em Haia a minha certidão de nascimento, como não estou no Brasil preciso legalizar uma procuração… Processos burocráticos, lentos e caros.

Apareceu no meu insta uma propaganda que supostamente pode ajudar com isso. Acho estranho porque o valor é muito baixo, vamos ver no que dá. Ou funciona ou eles me extorquiram 150 reais (risos). O negócio da certidão é só uma parte do trâmite. Ainda faltam outros documentos comprovando que Argentina é realmente meu lar e otras cositas más.

O meu palpite é que eu não vou conseguir a cidadania a tempo de aplicar para um visto na Austrália porque aceitam até 30 anos e eu vou trintar em junho desse ano. Mas acho que faz sentido continuar mesmo assim, porque pode me servir para ir para a Nova Zelândia que aceita pessoas com passaporte argentino até 35 anos.

Ainda posso ir para a Austrália como estudante, se eu conseguir juntar toda a grana para fazer algum curso lá. Meu sonho de princesa seria que alguma empresa esponsoreie meu visto. Incrível como a nossa geração inventa palavras, né?

Bom, agora aqui em Neuquén, a ideia de ir viajando enquanto trabalho não me parece tão louca. Vamos ver.